O futebol de base do Distrito Federal está acostumado a montar grandes equipes. O Ceilândia Sub-19 de 2018, por exemplo, bateu o forte escrete do Legião e viajou para São Paulo com o troféu do DF na bagagem. Em 2014 o Capital fez boas partidas na fase de grupos, chegando a golear o Alecrim-RN por 4 x 1. O Paranoá no ano seguinte, foi outra equipe a marcar o nome na história do futebol de base de Brasília.

O que esses times têm em comum com o Gama campeão do Candanguinho em 2019? Todos foram treinados por Leonardo Roquete. Em janeiro, Léo disputará sua quarta Copinha e, mesmo muito jovem, o treinador já tem bastante história para contar, todas elas como prólogo escrito nos campos da capital federal.

Com apenas 33 anos de idade, Léo Roquete diz ser feliz com o que faz: “Futebol é o que eu sei fazer, e a categoria de base é onde eu me encontrei. Eu gosto de trabalhar com a garotada, é onde você vê o atleta aprendendo e crescendo para se tornar profissional no futuro. São categorias muito boas para se trabalhar”, comentou o treinador.

33 anos e três títulos na bagagem. Prazer, Léo Roquete! Foto: Gabriel Lopes Mesquita/DF Sports+

Uma década de história

Quem vê Roquete levantando troféus pelos gramados de Brasília pode não saber, mas o treinador está nessa caminhada há mais de dez anos. Iniciou carreira em 2008, dando aulas na escolinha de futebol do Clube da Saúde, onde trabalhava com categorias como pré-mirim, mirim e fraldinha. Um tempo depois, passou a trabalhar com uma garotada de mais idade, como infantil e juvenil.

Quatro anos mais tarde, em 2012, Léo chegou à primeira equipe de juniores da carreira. No comando do Guará, o treinador conseguiu um importante feito ao chegar às semifinais do Candanguinho daquele ano. A equipe caiu justamente para o Gama, mas de lá para cá Roquete nunca mais ficou de fora de uma semifinal de Candango Sub-19. Em sete anos, o técnico conquistou três títulos e um vice-campeonato, caindo nas semifinais outras três oportunidades.

Colecionando títulos

Em 2013, Roquete chegou à sua primeira final. Na ocasião, CFZ e Legião se juntaram para formar o elenco do Capital. O comandante daquela talentosa equipe não poderia ser outro. E então, após excelentes partidas durante a competição, aquele Capital chegou na final diante do Brasília, que vivia uma reascensão no cenário local. Na decisão, melhor para o Colorado, que venceu a Coruja por 1 x 0.

Mal sabia o Brasília que a revanche viria pouco tempo depois. Em 2016, Leonardo chegou a mais uma final, desta vez no comando do Paranoá. O adversário? O mesmo Brasília.

Desta vez, Roquete levou a melhor. O Paranoá sagrou-se campeão, e o treinador ergueu seu primeiro título pelo juniores. A taça veio outras duas vezes, uma com o Ceilândia em 2018, e a última delas com o Gama, em setembro de 2019. Sobre o bom retrospecto, Léo prefere a modéstia: “Os títulos não são meus, mas de todos nós que trabalhamos juntos para conquistá-los. Somos uma equipe, certo?”, comenta o treinador.

Após conquistar o DF em 2019, o foco de Léo Roquete agora é conduzir a molecada a uma boa campanha na Copinha. Foto: Gabriel Lopes Mesquita/DF Sports+

Frutos

Hoje, frente ao Gama, Leonardo Roquete explica que o bom trabalho é fruto de muito esforço. “A gente dá duro para chegar a esses bons resultados. O Gama tem a camisa muito pesada e estava há cinco anos fora da Copinha. Não pode, é ruim para a imagem do clube”, ressalta. “Mesmo que eu saia um dia, espero que os frutos continuem aqui. O bom trabalho da diretoria e a torcida merecem ver o Gama ir longe com sua base.”

Na visão do treinador, o futebol de base é tão benéfico para o clube quanto para os atletas. “Hoje o Gama tem, em seu elenco principal, seis jogadores campeões comigo no Juniores. Isso é excelente para eles e para o clube. Os jogadores terão uma ótima oportunidade, podendo ser vendidos futuramente. O Gama, além de valorizar a base, fica com a folha salarial reduzida”, explica. “A base é importante para todo clube grande.”

Futuro

Apesar de se sentir bem trabalhando com categorias de base, Léo projeta assumir uma equipe profissional no futuro. O treinador explica que um dos objetivos é chegar na Série A do Brasileirão: “Chega uma hora que só o Juniores não é suficiente para você. Assim como um jogador, o treinador também sonha alto. Então eu quero, sim, chegar ao comando de uma equipe profissional e me sinto preparado para este desafio desde já. Pretendo treinar uma equipe de Série A, é uma vontade grande”, almeja.

“Quem sabe minha primeira experiência à frente de uma equipe profissional não seja no próprio Gama, num futuro próximo? Só o tempo dirá.”

Léo Roquete, treinador do Gama

Léo explica ainda que pretende estudar para estar sempre adequado ao futebol moderno. “Quero fazer cursos e estágios, é importante para a profissão”, afirma. O comandante do Gama sonha até com seleção: “Por que não?”

Caminho difícil

O Gama terá adversários fortes nesta Copinha. No Grupo 14, que tem sede em Jundiaí, o alviverde disputará a classificação com Athletico-PR, Paulista-SP e Rio Claro-SP. Logo na estreia, a equipe candanga enfrenta os paranaenses.

Para Roquete, o jogo de abertura não poderia ser outro. “Não podemos escolher adversário. É difícil, o Athletico tem uma das bases mais bem estruturadas do país, mas é melhor enfrentá-los de cara do que na última rodada, precisando de um resultado. O Gama é time grande, vamos jogar de igual para igual. Da mesma forma que é difícil pra nós, será para eles”, promete.

A partida entre Athletico e Gama será realizada na próxima sexta-feira (3), às 16h15. No dia 6, o alviverde enfrenta o Paulista. Por fim, encara o Rio Claro no dia 9.

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