Um gaúcho com a alma e o coração brasiliense. Morador da capital federal desde os nove anos de idade, André Fischer, de 27 anos, aprendeu a amar a cidade. E foi aqui no cerrado que a paixão pelas artes marciais nasceram. O atleta de MMA começou a treinar cedo, dando na capoeira os primeiros passos.
“Eu tinha 10 anos de idade quando comecei na capoeira. Um dia, fiquei até mais tarde na escola e vi um monte de gente de calça branca, fazendo movimentos iguais. Me amarrei e pedi para minha mãe me colocar”, conta o lutador.
Sempre elétrico, André veio a conhecer o professor Ururahy Jr, mais conhecido como “cabecinha”, com quem treinou por um ano até o manager se mudar para Havana, em Cuba. Diferente da grande maioria dos lutadores, André entrou primeiro no vale-tudo (o MMA ainda se chamava vale-tudo) antes de ir para uma arte marcial específica.
Foi aí que o lutador conheceu o jiu-jitsu. Depois, foi aluno do faixa-preta Nielsen Grilo, da equipe Gracie Barra Brasília. Fischer se encontrou na arte-suave, tanto que chamou seu amigo de escola, Lúcio Curado, para começar a treinar. Hoje, Curado é faixa-preta de jiu-jitsu e lutador de MMA.
O tempo foi passando, mas o desejo de entrar no octógono não. Em 2011, o lutador participou de um evento de MMA na capital federal. E como a vontade não substitui a experiência, André acabou perdendo na estreia. “Fiz uma luta amadora que acabou sendo classificada como profissional, e essa é minha única derrota do meu cartel”, explica Fischer.
O campeão continuou treinando jiu-jitsu e até recebeu a faixa-preta, mas teve de deixar o esporte um pouco de lado devido às circunstâncias da vida e baixa no esporte no país – e principalmente em Brasília, onde os eventos se tornaram raros.
Recomeço
André retornou, de fato, para o esporte, quatro anos depois, mais maduro, experiente e com um suporte maior. “Em julho de 2015, comecei a treinar MMA profissional na equipe Cerrado MMA, e em dezembro fiz a minha estreia”, ressalta.
A primeira luta não poderia ter sido melhor: finalização no segundo round. De lá para cá, o atleta vem enfileirando os adversários. Já são sete triunfos consecutivos em eventos importantes nacionais como Jungle Fight, Aspera FC e SFT. Na última luta, Fischer nocauteou o seu oponente e ganhou o prêmio de luta da noite. Para ele, tudo isso é fruto de muito trabalho, dedicação, fé e foco.

O próximo compromisso do atleta é dia 18 de outubro é na capital paulista, no renomado Future FC.
O sonho do casca-grossa é poder estar lutando entre os melhores eventos do esporte e viver da luta. Mesmo com vários atletas e amigos indo treinar e viver nos Estados Unidos, André conta que tem todo suporte na capital federal. “Brasília é referência nos esportes de combate. Eu treino no Brasil, pois tenho tudo que preciso aqui: equipe, fisioterapia, preparação física, nutrição… Além disso, treino em uma das melhores equipes, tenho um grande parceiro de treino (o atleta do UFC, Vicente Luque) e um dos melhores treinadores de MMA do mundo na atualidade (Daniel evangelista)”, diz o campeão.
O esporte mudou a vida do talentoso atleta. Em um país onde o apoio e a valorização é pequena por parte do poder público, André quer fazer a sua parte e ser uma colaborador para ajudar os futuros campeões do esporte. “Meu objetivo é, através de projetos sociais, poder ajudar crianças carentes por meio do esporte, dando oportunidades e os desviando do caminho do crime e das drogas”, finaliza.